Novo ranking do IPS Brasil 2025 destaca contrastes no progresso social entre os estados

Ranking mostra que sul e sudeste lideram enquanto a Amazônia Legal concentra os resultados mais baixos

O IPS Brasil 2025 — Índice de Progresso Social — acaba de divulgar o ranking estadual, revelando desigualdades na qualidade de vida entre os estados brasileiros. No topo da lista estão São Paulo (66,45 pontos), Santa Catarina (63,99) e Paraná (63,82), que se destacam em áreas como moradia e acesso à educação. Na outra ponta, os piores desempenhos estão concentrados na Amazônia Legal: Pará (53,71), Maranhão (55,96), Acre (56,29) e Amapá (56,72) ocupam as últimas posições.

Os scores foram calculados através da média ponderada com população residente estimada em 2024 pelo IBGE. Para acessar a tabela completa do IPS Estados - Clique aqui.

Embora não seja um estado, o Distrito Federal foi incluído na análise e alcançou a maior pontuação do país: 69,04. O bom desempenho da capital federal é puxado, principalmente, pelas dimensões de Necessidades Humanas Básicas e Fundamentos do Bem-Estar.

Diferente de índices econômicos como o PIB, o IPS Brasil mede se a população tem acesso a direitos básicos e qualidade de vida — independentemente da sua renda ou investimentos feitos no território. Sua metodologia se baseia em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. Esses eixos são divididos em 12 componentes temáticos e 57 indicadores públicos sociais e ambientais, que vão de saúde e moradia até inclusão social, liberdade individual e qualidade do meio ambiente.

Com isso, o índice revela que o crescimento econômico não é suficiente para garantir progresso social. Estados com alta geração de riqueza e alto PIB per capita, como Mato Grosso e Pará, apresentam desempenho inferior à média nacional, especialmente nos componentes de saneamento, segurança e direitos individuais. Por outro lado, alguns estados do nordeste como Piauí e Paraíba, com menor renda per capita, obtiveram resultados acima do esperado em educação e inclusão social.

Entre os melhores colocados, o sudeste e o sul se destacam nos componentes de acesso à educação superior e moradia. Santa Catarina e Paraná apresentam bons resultados em segurança, bem-estar e saúde. Esses estados têm em comum a capacidade de planejar políticas públicas, investir em infraestrutura social e garantir direitos de forma ampla.

 

Quadro 1. Pontuações dos estados no IPS Brasil 2025

Ranking capitais

Estado

IPS Brasil 2025

 

Ranking capitais

Estado

IPS Brasil 2025

1 São Paulo 66,45   14 Mato Grosso 59,78
2 Santa Catarina 64,00   15 Pernambuco 59,56
3 Paraná 63,83   16 Piauí 59,17
4 Minas Gerais 63,04   17 Tocantins 58,76
5 Mato Grosso do Sul 62,81   18 Amazonas 57,91
6 Goiás 62,63   19 Roraima 57,81
7 Rio de Janeiro 62,38   20 Alagoas 57,70
8 Espírito Santo 62,24   21 Bahia 57,67
9 Rio Grande do Sul 62,09   22 Rondônia 56,79
10 Paraíba 61,09   23 Amapá 56,72
11 Sergipe 60,60   24 Acre 56,29
12 Rio Grande do Norte 60,04   25 Maranhão 55,96
13 Ceará 60,03   26 Pará 53,71

 

Já entre os estados da Amazônia Legal, os desafios são estruturais. Rondônia, por exemplo, tem os piores índices do país em “Água e Saneamento”, Amapá sofre com “Segurança Pessoal”. O Maranhão se destaca negativamente na dimensão “Oportunidades”, com baixos níveis de inclusão, educação superior e liberdades individuais. A presença do Estado é insuficiente para garantir os serviços básicos à população — o que compromete o desenvolvimento humano e aprofunda as desigualdades territoriais.

O IPS Brasil também avalia a qualidade do meio ambiente como parte do progresso social. A região norte, apesar de abrigar a maior floresta tropical do planeta, concentra os piores indicadores ambientais, com alta taxa de desmatamento, queimadas e baixa oferta de áreas verdes nas cidades. Isso afeta diretamente o bem-estar das populações locais e revela o paradoxo entre riqueza ambiental e pobreza social.

IPS BRASIL

Produzido anualmente, o IPS Brasil é resultado da colaboração entre o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, projeto Amazônia 2030, Anattá – Pesquisa e Desenvolvimento, e o Social Progress Imperative. O índice é uma ferramenta pública, baseada em evidências, pensada para orientar políticas públicas, decisões privadas e o engajamento da sociedade civil.

Os 57 indicadores do IPS são organizados em três dimensões — Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades — e 12 componentes: Nutrição e Cuidados Médicos Básicos; Água e Saneamento; Moradia; Segurança Pessoal; Acesso ao Conhecimento Básico; Acesso à Informação e Comunicação; Saúde e Bem-estar; Qualidade do Meio Ambiente; Direitos Individuais; Liberdades Individuais e de Escolha; Inclusão Social; e Acesso à Educação Superior.

Para acessar o scorecard de todos os 5570 municípios avaliados, clique aqui.

Como o IPS Brasil é calculado?

Os dados são oriundos de fontes oficiais como IBGE, DataSUS, CadÚnico, INEP, Anatel e CNJ. Cada município recebeu uma pontuação de 0 a 100. O IPS Brasil 2025 utiliza dados secundários públicos atualizados e segue critérios rigorosos de seleção: os indicadores precisam medir resultados, ser sociais ou ambientais, ter fonte pública confiável, cobertura recente (máximo de 5 anos) e estar disponíveis para pelo menos 95% dos municípios.

A pontuação de cada indicador é normalizada em uma escala de 0 a 100. Em seguida, os dados passam por testes estatísticos de qualidade, como Alpha de Cronbach e KMO, e por análises de componentes principais para definição dos pesos. O índice final é a média das três dimensões.

Na plataforma, será possível consultar o perfil de todos os municípios brasileiros, comparar desempenhos e acessar os relatórios completos. Para mais informações e acesso ao ranking completo, visite https://ipsbrasil.org.br/pt 

Brasil - 18/07/2025

 

 

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