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Curitiba é a capital com melhor qualidade ambiental do país

O IPS Brasil analisou indicadores de todos os 5.570 municípios do Brasil para apontar quais oferecem melhores condições para a população

Curitiba foi a capital com a melhor qualidade na área de meio ambiente, de acordo com a pesquisa do Índice de Progresso Social - Brasil (IPS Brasil), que revela quais são os municípios com a melhor qualidade de vida do país. Além de melhor capital, o município avaliado com a nota de 78,31 no quesito também ficou com a 5ª colocação geral entre os 5.570 municípios avaliados pelo IPS Brasil 2024.

O IPS Meio Ambiente analisou cinco indicadores: a proporção de áreas verdes no perímetro urbano, as emissões totais de carbono equivalente por habitante por ano, a perda de vegetação (seja por desmatamento seja por supressão de vegetação secundária), os focos de calor ou queimadas e por último a vulnerabilidade climática do município.

Em 1º lugar ficou Curitiba (PR) com a nota de 78,31 (a nota do IPS varia de 0 a 100), em 2º lugar Brasília, com nota 74,91, e 3º lugar Cuiabá (MT) com nota 74,53. O Top 5 das capitais encerrou com Salvador (BA) na 4ª colocação com nota 73,61 e Palmas (TO) com nota 73,55. Por outro lado, as três últimas colocadas entre as capitais foram Belém (PA) na 25ª colocação com nota 65,62 , Rio Branco (AC) com nota 64,84 e Porto Velho (RO), a última colocada com uma nota de apenas 43,29.

Curitiba teve destaque por ter a menor presença de focos de calor entre todas as capitais com zero focos de calor por mil habitantes. Além disso, a cidade tem quase 12% de áreas verdes (praças, parques e outras áreas verdes) dentro do perímetro urbano. Perdendo nesse indicador apenas para Salvador, que possui 18% de áreas verdes, Rio de Janeiro (17%) e João Pessoa (13%). Os dados de áreas verdes por manchas urbanas são do MapBiomas.

Outro destaque de Curitiba é a baixa emissão de carbono per capita. A emissão de carbono equivalente por ano para cada habitante é de apenas 1,6 toneladas brutas, enquanto em Porto Velho (RO) a emissão de carbono é 44 toneladas brutas por habitantes ou mais de 27 vezes. Curitiba teve um dos menores índices de vulnerabilidade climática, perdendo apenas para Cuiabá, Palmas e Fortaleza. Os dados de emissão de carbono equivalente por município são produzidos pelo Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito (SEEG).

Brasília a 2ª melhor colocada teve destaque na proporção de áreas verdes com cerca de 10% da mancha urbana coberta por áreas verdes (praças, parques e outras áreas verdes). As emissões de carbono equivalente por habitante foi 2,3 toneladas por habitante ano, quase 20 vezes menor do que Porto Velho, a capital que teve a pior colocação nesse indicador. Outro destaque de Brasília foi uma nota relativamente boa no índice de vulnerabilidade climática (a 5ª melhor) na comparação com outras capitais.

Cuiabá, que já foi conhecida como cidade verde, fecha o pódio dos municípios com a melhor qualidade de meio ambiente do Brasil. A quantidade de áreas verdes urbanas foi, inclusive, um dos destaques do município, que também teve um bom desempenho no índice de vulnerabilidade climática, onde teve a melhor classificação entre as capitais.

Na outra ponta da tabela ficou Porto Velho (RO) com a pior pontuação entre as capitais brasileiras. O município foi avaliado com a nota 43,29 e ficou na 5371ª colocação entre os 5570 territórios avaliados. Dos cinco indicadores avaliados, Porto Velho teve destaque negativo em quatro deles: quantidade de emissões de CO₂ por habitante, número de focos de calor, Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios e supressão da vegetação primária e secundária. Em todos esses, o município performou muito pior do que outros na mesma faixa de PIB.

Belém (PA) com a nota 65,62 e Porto Alegre (RS) com 65,89 completam as três piores capitais avaliadas pelo IPS Brasil. As duas tem um cenário muito semelhante no componente. Apesar de irem relativamente bem na quantidade de áreas verdes urbanas, vão muito mal no Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios. É bom enfatizar que o IVCM do IPS Brasil foi produzido antes da tragédia que ocorreu no Rio Grande do Sul, no começo do ano.

As cidades com maior número de calor ou queimadas (número de focos de calor por mil habitantes) estavam concentradas na Amazônia Legal. As mais críticas foram Rio Branco (AC) com quase 30 focos para mil habitantes e Porto Velho com 97 focos para cada mil habitantes. Os dados de foco de calor são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As capitais com a situação mais crítica em relação ao índice de vulnerabilidade climática foram Porto Alegre, Rio de Janeiro , Belém e Porto Velho. O IPS Brasil utiliza o IVCM como um dos dos indicadores chaves do componente de meio ambiente. Os dados do IVCM são do Instituto Votorantin em parceria com a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e o Instituto Itausa.

O Índice de Vulnerabilidade Climática dos Municípios ou IVCM contempla os riscos climáticos mais urgentes que podem atingem grande parte dos municípios brasileiros nos próximos anos: inundações; enchentes, alagamentos e enxurradas; deslizamentos; hídrico (seca); queimadas; redução/inviabilização de setores da agropecuária e aumento de problemas de saúde ligados ao clima. Os indicadores que o compõem foram escolhidos priorizando a preocupação com as populações mais vulneráveis, destacando em todos os subíndices, a participação da população de baixa renda, de população idosa e de crianças, as questões de perda de vidas, de moradias, de questões de saúde e de desemprego, entre outros. A ferramenta utiliza dados secundários para mensurar a ameaça de que fenômenos climáticos extremos aconteçam, a exposição da população municipal a eles e o nível de adaptação da cidade. Como resultado, a cada município é atribuída uma nota de 0 a 100, sendo maior o valor quanto maior a vulnerabilidade.

O IPS Brasil avaliou de forma minuciosa todos os municípios do país, identificando em quais áreas cada um se destaca e onde há necessidade de melhorias. Trata-se de uma ferramenta de gestão territorial baseada em dados públicos, que identifica e apresenta, em uma mesma escala se as pessoas têm o que precisam para prosperar, desde necessidades básicas como abrigo, alimentação e segurança, até se possuem acesso à informação e à comunicação, e se são tratadas igualmente, independentemente de gênero, raça ou orientação.


Ranking das Capitais - Qualidade de Meio Ambiente - IPS Brasil 2024

1 - Curitiba (PR): IPS Brasil 2024 - 78,31 (5º no ranking nacional)

2 - Brasília (DF): IPS Brasil 2024 - 74,91 (103º no ranking nacional)

3 - Cuiabá (MT): IPS Brasil 2024 - 74,53 (130º no ranking nacional)

4 - Salvador (BA): IPS Brasil 2024 - 73,61 (222º no ranking nacional)

5 - Palmas (TO): IPS Brasil 2024 - 73,55 (232º no ranking nacional)

6 - Fortaleza (CE): IPS Brasil 2024 - 72,49 (391º no ranking nacional)

7 - Vitória (ES): IPS Brasil 2024 - 72,02 (472º no ranking nacional)

8 - João Pessoa (PB): IPS Brasil 2024 - 71,86 (527º no ranking nacional)

9 - Recife (PE): IPS Brasil 2024 - 71,81 (538º no ranking nacional)

10 - Belo Horizonte (MG): IPS Brasil 2024 - 71,40 (632º no ranking nacional)

11 - Goiânia (GO): IPS Brasil 2024 - 71,25 (669º no ranking nacional)

12 - Rio de Janeiro (RJ): IPS Brasil 2024 - 70,99 (733º no ranking nacional)

13 - Natal (RN): IPS Brasil 2024 - 70,97 (738º no ranking nacional)

14 - Aracaju (SE): IPS Brasil 2024 - 70,95 (750º no ranking nacional)

15 - Campo Grande (MS): IPS Brasil 2024 - 70,73 (822º no ranking nacional)

16 - Florianópolis (SC): IPS Brasil 2024 - 70,25 (973º no ranking nacional)

17 - Manaus (AM): IPS Brasil 2024 - 69,98 (1062º no ranking nacional)

18 - São Paulo (SP): IPS Brasil 2024 - 69,04 (1460º no ranking nacional)

19 - Boa Vista (RR): IPS Brasil 2024 - 68,87 (1529º no ranking nacional)

20 - Maceió (AL): IPS Brasil 2024 - 68,24 (1823º no ranking nacional)

21 - Teresina (PI): IPS Brasil 2024 - 67,75 (2028º no ranking nacional)

22 - Rio Branco (AC): IPS Brasil 2024 - 57,85 (2444º no ranking nacional)

23 - São Luís (MA): IPS Brasil 2024 - 66,43 (2636º no ranking nacional)

24 - Macapá (AP): IPS Brasil 2024 - 66,23 (2712º no ranking nacional)

25 - Porto Alegre (RS): IPS Brasil 2024 - 65,89 (2864º no ranking nacional)

26 - Belém (PA): IPS Brasil 2024 - 65,62 (2974º no ranking nacional)

27 - Porto Velho (RO): IPS Brasil 2024 - 43,29 (5371º no ranking nacional)


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03/10/2024